quarta-feira, 20 de abril de 2011
Ainda sobre café e veneno.
Aqui, Recife, durante um bom tempo, foi um impressionante polo de produção teatral do Brasil, eram montados espetáculos de sucesso no país e em outros países, muitas vezes pouco tempo após o sucesso mundial ou paralelo a este sucesso. Foi assim que tive o prazer de apaludir embevecido grandes montagens, a maioria do TAP. Mas haviam as produções de Zé Mário, Pimentel, Zé Francisco, Bartolomeu e Cadengue, entre tantos, algumas montagens corajosas e caras. Apesar de tudo, uma maioria. começou a fazer um teatro ressaltando o que tinhámos de pior, o infantil atroz e o adulto chulo, que caiu no gosto(duvidoso) do público menos exigente. Resolvi correr por fora, afinal eu jamais entraria no esquema da maioria e nem tinha condições de grandes produções. Pesquisei então o que tinha de melhor e mais recente na Europa, através de livros, revistas, filmes, jornais, documentários, e resolvi buscar uma linguagem minha, autoral, para o meu teatro. Fiquei com fama de irreverente, provocador, ousado, maluco, e outras coisitas mais. Não me preocupei, porque penso na arte como uma evolução, mesmo que ela se repita, está se reinventando. Afinal de contas onde estariamos se tivessemos continuado olhando pro fogo ou pra roda?
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